quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Os cães ladram
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Rainha do Drama
Como alguém aparentemente normal pode ir do inferno ao céu em apenas um dia? É meu caro, isso tem resposta. A Tensão Pré Menstrual pode causar surtos momentâneos, dramas e até pensamentos suicidas.
Falar de um assunto tão recorrente como esse é só para constar nos anais da minha vida e para guardar neste arquivo virtual o tipo de pessoa que eu me tornei. Até os 23 anos eu não tinha a real consciência do que era a TPM. Antes dos 24 anos de idade, minha menstruação era algo corriqueiro, que só sabia que estava nesse período porque sangrava. Não sentia a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e nada!
Depois dos
Ontem aconteceu uma parada muito sinistra comigo. Tive uma vontade exagerada de largar meu emprego. Não sei se a TPM foi o estopim de todos os sentimentos envolvidos, mas especialmente ontem eu surtei, chorei e quis de verdade pegar o trem. Me senti fraca, burra, inútil, sem criatividade alguma e feia. Meu noivo foi bem paciente e sábio. Ele que já sofreu as conseqüências desta minha tensão mensal, me escreveu coisas boas e tentou me reanimar com choques de realidade. Sugeri para ele que ao invés de ficarmos juntos (correndo o risco de brigar, já que meu corpo fica sedento por uma briga nesta fase), que eu fosse para a academia extravasar toda a minha ira.
O resultado foi maravilhoso, enquanto malhava, pensei nas palavras carinhosas dele e parece que o suor derramado na esteira ergométrica levou junto toda aquela sensação ruim.
Hoje acordei disposta, olhei no espelho e vi outra mulher. Cheguei ao trabalho com a corda toda e respirei aliviada por esse período ter passado.
Considerações: não tomem nenhuma decisão neste período.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Qual é o seu sapato?
Na verdade, os primeiros calçados foram criados para possibilitar os antigos a atravessarem trilhas montanhosas e desbravarem novos caminhos, mas surgem a tal necessidade, o design e os estilistas para enfiarem em nossas cabeças, ops, pés, sapatos que custam a minha existência.
Como um ser pode ser julgado pelo sapato que usa? Será que serei obrigada a encher meus pés de bolha dentro de um sapato fechado, entortar os pés a cada cem metros ou até mesmo quebrar meu tornozelo por não me adaptar a essa imposição ou para estar de acordo com o meio?
Voltando a minha bota... Tomei a liberdade de usá-la para ir trabalhar, mesmo sob os olhos inquisidores alheios. Me imaginei então em situações de caos, presa por horas no trânsito e já estava certa que se algo do tipo acontecesse, eu desceria do veículo e sairia andando, sem me importar com a distância. Pode ter certeza que não ousaria a tomar tal atitude com um escarpin ou até mesmo uma plataforma nos pés.
O sapato que você usa é o grande responsável pela rede social que você pertence. Nos dias que usei minha bota nas ruas, peruas me olhavam atravessado e os modernos me achavam descolada, quase me perguntando qual seria a próxima trilha. Agora veja você, se eu estivesse utilizando um Chanel, Prada, ou os famosos solados vermelho do francês Christian Louboutin? Claro que existe o charme, mas antes de qualquer coisa, a personalidade e a vontade dos pés devem ser respeitados.
Quero aproveitar da melhor maneira a minha Timberland, que também não deixa de ser uma tendência, mas mudou para melhor a minha vida.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Sobre novas tecnologias e velhas questões
Quando era criança, imaginava escrever um livro em papel ofício e guardava todas as minhas anotações em baixo do colchão. Escrevia em diários e guardava aquela frágil chave como se fosse a minha vida. Na pré-adolescência toquei fogo no “livro” e passei a customizar agendas, cadernos e escrever cartas de desabafo para mim mesma. Eis que surge a Internet, o e-mail, os blogs, o twitter e todas as “redes de relacionamentos” e todas as outras coisas vão sendo eliminadas num piscar de olhos. Até o e-mail já se tornou ultrapassado, imagina os cartões de Natal enviados pelos Correios? Isso não é evolução!
Engraçado como uma amiga passou uma temporada do outro lado do continente. Hoje ela está de volta e parece que ela não esteve longe momento algum. O tempo inteiro conversava com ela no Gtlak, Messenger ou trocávamos scraps, e-mails, sms. A saudade que deveria se fazer presente foi suprida por uma série de artifícios ou ferramentas.
E quais serão as próximas providências? Troco informação com com pessoas que eles nunca viram pessoalmente, nunca falei ao telefone. Não quero que ser reduzida a um avatar ou a um Sims.
É uma discussão boba, batida e já ultrapassada, mas quero pensar num sentido bom para as coisas que eu faço. Quero poder escrever para ser lida e que isso tenha um significado, faça alguém pensar. Não da mais para jogar tanta palavra e sentimentos ao vento, sory, no ciberespaço.
Operação PF
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Comunicação e Linguagem
Motoristas se comunicam pela buzina. Concluo que esta resposta sonora substitui a fala, o olhar, o gesto e qualquer outro tipo de linguagem que um ser humano possa expressar. Nesses meus vinte e poucos anos dentro dos ônibus da vida, tento compreender que tipo de linguagem é essa. O que quer dizer essas buzinas?
A segunda teoria da minha pequena tese é: Motorista são felizes. Pelo menos é o que parece quando estão em equipe. Sempre cumprimentam uns aos outros com muita receptividade.
Comecei então a observar esse tipo de comunicação através do som que vem do veículo. Primeiro, os motoristas só buzinavam para os colegas da mesma empresa em que trabalham. Hoje, já percebo que a união está presente também com os que fazem outras linhas. Mas, isso não ocorre sempre. Os motoristas criaram grupos dos que buzinam. Um motorista de micro – ônibus só buzina para outro motorista de outra empresa, se esse estiver dirigindo também um micro – ônibus.
Antes, essa espécie ao qual eu me refiro, buzinavam muito para garotinhas nas ruas como sinal de paquera. Tipo, duas buzinadas curtas e seqüentes serviam para chamar a atenção da garota que estava no ponto. Hoje, isso já está cafona para eles, não tenho percebido mais esse tipo de coisa. Nunca mais ouvi duas buzinadas curtas e seqüentes.
Outra coisa que nunca mais encontrei nos ônibus são as menininhas que sempre sentavam nos bancos mais próximos do cobrador e/ ou do motorista. Geralmente o assunto em pauta era sobre linhas de ônibus, horários de ônibus, numeração de ônibus e galinhagem mesmo.
Existem três características que qualquer um poderia perceber quem são essas garotas. Sempre elas estavam sentadas em bancos próximos ao cobrador e /ou motorista. Além de sentadas nesses lugares estratégicos, como se fossem devidamente demarcado, elas usavam farda escolar – geralmente alunas de colégio público. A terceira e última característica, que por sinal todos já conhecem, é que além de sentarem perto deles, de usarem farda, elas tinham a inseparável toalhinha, sempre na mão, junto com o classificador para enxugar o suor ou soar o nariz.
Nessa observância conclui que, as tais toalhinhas eram usadas como símbolo, algo que apenas cobradores, motoristas e essas meninas entendiam qual o verdadeiro significado e significante. Era realmente um objeto de estima, algo que nem a semiótica consegue explicar.
Considerações finais
Não se vê mais rodoviários com toalhinhas no pescoço, nem com o bigode pintado de lôro. São poucos os que ainda utilizam os suportes terapêuticos com bolinha de madeira que previnem as hemorróidas. Eles evoluíram, virou gente, estão querendo deixar a fama de trogloditas cafonas para trás.